26/03/2011

O ESCÂNDALO DAS PRAÇAS EM CAMPOS

Há um escândalo, entre tantos outros, que precisa ser apurado, em Campos, urgentemente. E lamentavelmente não caberá a Câmara Municipal, no exercício de seu ofício institucional, dar satisfações à população sobre o que está ocorrendo. Isto porque a bancada do governo, descumprindo o seu dever, derrubou, no voto da maioria, o pedido de informações sobre a situação de obras milionárias paralisadas em várias praças, indefinidamente, nos quatro cantos do Município. É mais um escândalo acobertado pelo rolo compressor da prefeita, no Legislativo.

Desde que foi afastada por decisão judicial, a prefeita deixou em execução mais de 20 praças. Embora com empreiteiras diferentes, todas adotaram de imediato a mesma estratégia de construção: cercaram os canteiros de obras com tapumes, sob alegação que é uma exigência técnica para garantir maior segurança aos transeuntes, mas que também mantém o serviço escondido do olho crítico da população. O fato é que estas obras, algumas com valores superiores a 800 mil reais, estão abandonadas e em muitas delas, os trabalhadores foram demitidos pelas empresas.

O que se comenta é que o motivo da paralisação é falta de pagamento por parte da prefeitura, mas a prefeita rebate este argumento e culpa o vereador Nahim, que ficou em seu lugar durante sua interdição judicial e ainda acusa empreiteiros de estarem promovendo “operação tartaruga”, tendo, inclusive, ameaçado substituí-los pelos segundo colocados no processo licitatório. Afinal, com quem está a verdade? A população tem o sagrado direito de saber, afinal o dinheiro é público.

Na sessão da última quarta feira, 23, o escândalo das praças de obras paradas chegou à Câmara Municipal, através de um pedido de informações. Era o momento do Parlamento responder, com altivez, à inquietação da sociedade. Sim, porque, recentemente, a comunidade de Tocos, cansada da obra que não é concluída, arrancou os tapumes que cercam a praça abandonada e exigiu providências por parte da prefeitura. Mais uma vez, a prefeita se eximiu de responsabilidade e disse que iria cobrar de seus subordinados. Seria cômico se não fosse cínico.

Como a bancada do governo preferiu abafar o escândalo, mesmo diante de tantas evidências de irregularidades, a única alternativa é buscar amparo no Judiciário. A sociedade não pode ficar sem respostas.

Ilsan Viana – Vereadora PDT

Nenhum comentário: