Para quem não sabe, o COMPERJ – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro — instalado em Itaboraí-RJ é a refinaria que o nosso município perdeu em 2006. A cidade de Campos era a favorita, tendo inclusive a seu favor duas áreas, uma na região de Guriri, na BR-101, no sentido Campos/Rio e outra em Guandu, na mesma BR-101, no sentido Campos/Vitória. Na época, um dos motivos levantados para a perda foi a falta de entrosamento da então governadora do Rio com o governo federal.
A princípio, o investimento para a implantação do COMPERJ estava orçado em US$ 8,5 bilhões e uma capacidade de processar 150 mil barris de petróleo por dia (bpd). Com o aumento global do consumo de produtos petroquímicos, óleo diesel e querosene de aviação, a diretoria da Petrobras aprovou a duplicação do Complexo Petroquímico. O novo perfil será de processamento de 330 mil bpd e um investimento na ordem de US$ 20 bilhões.
É bom lembrar que existe uma máxima no setor petroquímico que prevê a geração de 20 mil empregos a cada US$ 1 bilhão investido a nível mundial. Logo, estaríamos falando em torno de 400 mil empregos em sete anos, que é o prazo de instalação da refinaria. O perfil desse complexo, que poderia mudar a história de Campos, ainda agrega empresas nos setores de primeira, segunda e terceira geração. Um estudo divulgado pela Firjan em maio 2008 mostra que, ainda com os investimentos na ordem de US$ 8,5 bilhões, em um cenário conservador, seriam necessárias instalações de 362 empresas e geração de empregos na ordem de 196 mil. Em um cenário otimista seriam 724 empresas instaladas e 270 mil empregos gerados. Todos esses dados apenas para empresas de terceira geração. Com os números acima e as perspectivas logística de nossa região com os Complexos do Açú e Barra do Furado, a proximidade do mercado consumidor do sudeste brasileiro, nossa região é totalmente propícia a receber um distrito industrial moderno, com infra-estrutura de última geração para abrigar empresas que com certeza buscarão o melhor para os seus negócios.
Infelizmente, temos hoje em Campos grande parte da população dependendo de programas assistencialistas e um governo que depende dos royalties. É lógico que devemos lutar pelos royalties. Até porque, trata-se de um direito. Porém, lutar pela nossa independência econômica é tão importante quanto lutar pelos royalties. A refinaria que perdemos em 2006 e que poderia ter gerado milhares de empregos não pode ser esquecida. Precisamos voltar a lutar por um grande investimento que ajude a diversificar a nossa economia. Só assim poderemos caminhar com nossas próprias pernas sem depender tanto dos royalties ou de figuras que se colocam como salvadoras da pátria.
Ilsan Viana dos Santos
Vereadora pelo PDT
Artigo publicado na edição de 19/06/2010 do
Jornal Folha da Manhã
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