No próximo domingo, dia 3 de outubro, o Brasil vai às urnas. Serão as maiores eleições do mundo, provavelmente. De uma só vez, o eleitor elegerá as bancadas das Assembléias Legislativas, da Câmara Legislativa do Distrito federal e ainda do Congresso Nacional – a totalidade da Câmara e dois terços do Senado. Alem disso, caberá ainda ao cidadão escolher os governadores de Estado e o Presidente da República. Para tanto, a cidadania brasileira terá a seu dispor, uma tecnologia vanguardista oferecida pela Justiça Eleitoral. Máquinas computadorizadas capazes de colher os votos em tempo recorde e ainda, ao final do dia, indicar, com segurança, os eleitos.
Não custa lembrar, que nos Estados Unidos, país matriz das novidades tecnológicas, a população teve que aguardar quase duas semanas, nas últimas eleições, para conhecer aqueles que foram referendados pela vontade popular. O processo eleitoral do Brasil, inegavelmente, avançou muito na sua forma e mesmo no seu conteúdo. Desde o voto manuscrito, acusado de permitir a manipulação grosseira dos fraudadores, a escolha cívica dos representantes avançou muito e está cada vez mais refinada, o que eliminou, em grande parte, a suspeita de manipulações de qualquer ordem. Ainda nestas eleições, em locais predeterminados, o eleitor vai experimentar o novo passo do processo eleitoral, as máquinas biométricas, que, muito em breve, serão utilizadas em larga escala e acabarão de vez com o risco de um eleitor votar por outro, uma vez que o que abre o sistema de votação, é a leitura das digitais do eleitor.
Reafirmo, se caminhou célere na forma, o processo eleitoral também foi ampliado no seu conteúdo. Em pouco mais de um século, o Brasil deixou os modelos restritivos de votação, que só permitiam os votos das elites, tanto a econômica como intelectual, para reconhecer o direito universal de todos. Hoje, no nosso país, votam homens e mulheres de todas as classes sociais e seus votos têm o mesmo peso e a mesma qualidade. Votam, inclusive, os analfabetos. Só para se ter idéia do colégio eleitoral desse pleito de 2010, mais de 150 milhões de brasileiros estão aptos a votar.
Contudo, nós eleitos e eleitores de Campos, temos um enorme desafio a vencer. Nas eleições passadas, o nosso Município, mais uma vez, foi alvo da Imprensa do pais, como um território onde a comercialização do voto deixou de ser exceção. A própria Policia Federal, responsável pela investigação de um esquema fraudulento nos distritos de Vila Nova e Morro do Côco, encaminhou o resultado apurado para o Judiciário, com confissão dos envolvidos. Um escândalo que ainda não foi julgado, mas que revela a existência de uma organização criminosa disposta a se impor de qualquer forma, atropelando a lei, se necessário.
O ideal é que o avanço tecnológico para colher o voto se estenda à fiscalização das eleições, o que servirá para garantir ao eleitor o respeito absoluto à sua vontade, manifestada através de seu voto.
Ilsan Viana - Vereadora PDT
Artigo publicado no jornal Folha da Manhã na edição de sábado 25/09/2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário