“ Perdi tudo!”, “Não sobrou nada”, e muito pior, “ Perdi praticamente minha família toda, inclusive um bebezinho de dois meses”, relatos chocantes de uma tragédia deixada pela fúria das águas. Basta assistir aos telejornais para alcançar a proporção do caos que tomou conta das principais cidades da região serrana do nosso estado. Cidades inteiras destruídas, Teresópolis, onde o dedo de Deus aponta os céus, Nova Friburgo, que mais parece um pedacinho da suíça, Itaipava, terceiro centro gastronômico mais requintado do Brasil...a lama cobriu tudo. O que os nossos olhos vêem, o coração não consegue entender. Gente soterrada, desaparecida levada pelas águas. Casas, hospitais, pousadas, hotéis, igrejas, tudo em questão de horas, desapareceu. O rio de lama e a quantidade de entulhos que ficaram retratam bem, a proporção catastrófica e a abrangência avassaladora que tomou conta da região.
“Também queriam o que? Asfaltaram o mundo!", dizem alguns ambientalistas. Outros explicam que os rios tem seus quintais na proporção certa para períodos de cheias, mas a invasão do homem com construções nestes espaços tiraram a margem de proteção já estabelecida pela natureza. Tenho certeza que uma sensação de impotência somada a um medo de que a chuva continue, toma conta de todos nós e aí vem a pergunta: O que fazer a gora? As enchentes na região serrana já são o quarto maior desastre relacionado a chuvas nos últimos 12 meses no mundo, segundo um levantamento feito pelo Centro de Pesquisas de Epidemiologia dos Desastres (Cred), que vem fazendo um levantamento minucioso de desastres em todo o mundo há mais de 30 anos.
O que mais choca é o número de mortos. Até ontem pela manhã, já contabilizavam 511. De acordo com informações da Defesa Civil, 226 óbitos foram registrados em Teresópolis, 226 em Nova Friburgo, 39 em Petrópolis, 19 em Sumidouro e outros dois no município de São José do Vale do Rio Preto. Um número que tende a subir, uma vez que em alguns locais, os bombeiros ainda não conseguiram acesso.
Numa visita da Presidente da República, Dilma Rousseff a região ela disse que o governo federal vai contribuir com "ações do Ministério da Integração e da Defesa, presença das Forças Armadas e Ministério da Justiça. E que resgatar as pessoas e reestruturar as condições de vida nas regiões atingidas, é imprescindível, assim como permitir o acesso a remédios e tratamento". O governador Sérgio Cabral também aposta nas medidas de prevenção e declarou que não vai medir esforços para ajudar as cidades atingidas.
Que Deus se compadeça e amanse as águas e dê aos homens força e coragem para cuidar de reconstruir. E que a leitura dos céus nos próximos dias tenha a serenidade necessária para um recomeço.
Ilsan Viana
Vereadora PDT
Artigo públicado no Jornal Folha da Manhã
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