16/04/2011

SÍNDROME DA SEGURANÇA PÚBLICA

Que a segurança pública está no limite da discussão e que as buscas são incansáveis por soluções, não restam dúvidas. Basta que se leia um jornal e veja-se televisão para que esteja alguém reclamando que não há polícia nas ruas. Mas será que a culpa é só da polícia que abandonou as ruas? Será que as pessoas têm razão em voltar suas queixas unicamente para uma polícia que se afastou da prevenção, apesar de ser fundamental? A violência de uma maneira geral tem sido vista e analisada apenas por um ângulo. As discussões veiculadas nos mais diversos meios sejam acadêmicos, científicos, empíricos ou em meras conversas de ruas, bares e familiares, só referem à violência criminalizada. E assim vamos todos os dias ouvindo as mesmas coisas e os mesmos discursos de sempre, voltados ao trato das causas, das conseqüências ou dos combates a este tipo de violência. Mas, é como se apertássemos o botão de stop, quando sabemos de algum caso, principalmente próximo a gente. Na manhã de ontem, dois homens foram mortos em frente ao Edifício Salete e, o mais agravante havia uma criança no banco traseiro. Os tiros foram dados à queima roupa em plena luz do dia. E as pessoas ao redor? O número de pessoas que se ferem ou morrem com balas perdidas é assustador. Na realidade quem está perdida não é a “bala”, e sim, nós. Não podemos ficar no campo da emoção e desanimar porque a razão determinou a sua completa impraticabilidade. Vamos arregaçar as mangas e fazer com que as discussões que tratam de mudanças no sistema de segurança pública possam de forma objetiva determinar os devidos investimentos nas alterações das polícias tornando-as suficientemente técnicas e competentes para o enfrentamento do crime. Até que isto aconteça é preciso que as sociedades civil e organizada não continuem a agir como se não houvessem violência não criminalizada, porque senão qualquer mudança nas polícias será apenas para fazer com que organizações novas tratem paliativa e infrutiferamente dos problemas velhos de sempre. Todos nós temos o direito à vida, independentemente da situação em que se encontra o país. É no início de tudo, na educação, que está a solução para esses problemas. Criando cidadãos conscientes e com cultura,certamente não teríamos este índice assustador de violência e sim uma sociedade com mais igualdade social e mais harmoniosa.


Ilsan Viana

-Vereadora -

Nenhum comentário: