09/04/2011

A LIÇÃO DA TRAGÉDIA DE REALENGO

O crime hediondo perpetrado pelo assassino Welington Menezes de Oliveira contra estudantes da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro deixou uma dor absurda no país inteiro, dilacerou o coração dos pais que perderam seus filhos, mas também deixa uma lição que precisa ser entendida pelas autoridades. Esses massacres são, relativamente, rotineiros nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, mas, aqui, no Brasil é uma terrível novidade. Contudo, por mais que seja uma ação imprevisível, há medidas que podem, pelo menos, tentar conter essa violência.

Não custa lembrar que já há alguns anos, alguns Municípios do Brasil instituíram a Ronda Escolar, uma patrulha formada, na maioria por guardas municipais, que deveria, diuturnamente, vistoriar as Escolas e seu entorno e evitar quaisquer movimentos suspeitos. Também é público e notório que Escolas são verdadeiros chamarizes para o tráfico de drogas, o que reforça a necessidade de intensificar as precauções que têm que ser adotadas.

É bem verdade que, neste momento, a sociedade brasileira está em estado de choque. Só consegue chorar e tentar entender o que leva alguém, por mais problemas emocionais que possa ter, a destruir tantas famílias, atingindo mortalmente seus filhos tão jovens, tão cheios de sonhos e projetos de futuro. A tragédia de Realengo ainda não está explicada e certamente nunca o será. Não há razões que justifiquem tanto horror. Mas mesmo essas barbaridades são capazes de permitir uma leitura crítica de todos nós e a descoberta de novas possibilidades.

O razoável é que os pais mandem seus filhos para a Escola e lá eles complementem sua Educação. Portanto, a Escola é a segunda casa de todos nós, e aí não importa se a instituição é pública ou privada. Pois foi, justamente, a extensão da casa brasileira que serviu de palco para o terrorismo insano. O Poder Público tem diante de si, neste momento, o desafio de responder à este massacre com providências ágeis e inteligentes.

Talvez o mais apropriado seja reforçar a Ronda Escolar e ampliá-la, envolvendo na sua formação o Município, o Estado e a Federação, com profissionais especialmente treinados para a tarefa da segurança das Escolas.. Está claro que o episódio de Realengo acionou o nosso estado de alerta máximo. Que cada um, agora, cumpra com sua obrigação.



Ilsan Viana – Vereadora PDT

Artigo publicado no
jornal Folha da Manhã

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