Esta semana, os professores da rede municipal de Campos deixaram as salas de aula e deram uma verdadeira lição de cidadania. Foram para as ruas e denunciaram um modelo educacional que ainda está muito longe do ideal. Mostraram com fatos e argumentos que existe uma propaganda oficial enganosa, segundo a qual as escolas todas funcionam exemplarmente, os profissionais da Educação recebem o salário justo e o aprendizado é responsável pela formação intelectual e cidadã de gerações de campistas. Os mestres, do alto de sua indignação, revelaram a farsa encenada pelo governo e desde deflagraram um movimento de greve para o início do mês de agosto.
Durante manifestação que começou logo pela manhã, na praça do Santíssimo Salvador, professores e demais profissionais da Educação traçaram o quadro real do ensino em Campos. As denúncias são muitas, entre as quais, a de salas de aula superlotadas, com flagrante prejuízo do aprendizado dos alunos por causa da falta de professores na rede, embora exista um concurso em vigência, com de 2008, concursados aprovados aguardando chamado; repasse dos recursos do Fundeb para seus vencimentos, conforme preconiza a lei e que, inclusive, foi matéria tratada pelo Tribunal de Contas do Estado no último julgamento de contas da Prefeita.
Os professores reclamaram também da demora intencional em efetivar o Plano de Cargos e Salários, um conquista e direito da categoria que ano após ano vem sendo postergado. Algumas professoras lembraram das condições físicas da rede e denunciaram que em suas escolas o esgoto corre à céu aberto; outras afirmaram que alunos têm que fazer revezamento para sentar nas carteiras que em muitas salas existem em quantidade inferior ao número de estudantes, tudo muito distante do que prega a cara propaganda oficial.
O movimento dos professores de Campos trouxe à discussão ainda um entulho autoritário editado pela prefeita de Campos, um decreto em que sua Excelência usurpa competências da legislação e determina as condições para manter conquistas trabalhistas aos licenciados por decisão médica. No decreto, a prefeita se dá ao desplante de cortar vale transporte e auxilio alimentação aos licenciados dependendo do tempo de duração do benefício. Os professores de Campos, com sua mobilização e disposição cívica, nos deram a todos uma grande lição. Todo apoio à sua causa.
Artigo publicado no Jornal Folha da Manhã neste sábado 09/07/11
Nenhum comentário:
Postar um comentário