30/10/2011

Uma cidade esquecida

Em julho do ano passado publiquei neste espaço um artigo intitulado “Dívida da Petrobras”. Nele, expliquei que além de lutar pelos royalties, a Prefeitura de Campos poderia, em parceria com a Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), buscar um empreendimento da Petrobras. Entre os empreendimentos citados estavam as plantas de fertilizantes para produção de nitrogenados. É bom lembrar que uma fábrica de fertilizantes tem a mesma importância de uma refinaria na geração de negócios. E agora, após a nossa cidade “papar mosca”, os investimentos da Petrobras, no que tange a Planta de Fertilizantes, serão direcionados ao município de São João da Barra.
O objetivo da Petrobras é ampliar a capacidade de refino no país e aumentar a produção de fertilizantes, área em que o Brasil é fortemente dependente dos produtos importados. Segundo os dados da Petrobras, o consumo total de gás em refinarias e unidades de fertilizantes irá quase quadruplicar entre 2012 e 2020. E Campos, talvez pela forma personalista como alguns políticos atuam, ficou fora do planejamento da Petrobras.
O Plano de Negócios da Petrobras também destaca a área de Recursos Humanos, propondo assegurar a excelência na gestão de pessoas e identificação de talentos, garantindo treinamento, capacitação e fortalecimento da cultura da empresa. Neste ponto, não existe nenhuma referência sobre o “aeródromo” do Farol de São Tomé, o que aumentaria o movimento de embarque e desembarque. O que hoje está em 18 mil por mês passaria para 90 mil. Ou seja, uma movimentação de 1 milhão de pessoas por ano.
Como já destacamos em análise desse novo Plano, a dívida que a Petrobras possui com o município de Campos poderia ser resolvida com uma Refinaria ou uma Planta de Fertilizantes, além do compromisso com a Unidade do Farol. Já que esses investimentos causariam um impacto positivo em toda região, seria uma ótima bandeira para a Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro).
Enquanto muitos choram pelos royalties, outros, como é o caso do município de São João da Barra, se movimentam em busca de alternativas. Chegou a hora da nossa cidade ir além dos royalties e começar a batalhar por investimentos que ajudem a diversificar a nossa economia. Não podemos continuar tendo grande parte da população dependendo de programas assistencialistas e um governo altamente dependente dos royalties. 

Ilsan Viana — Vereadora 

Artigo publicado sábado (29) na Folha da Manhã

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