Bullying é uma expressão da língua inglesa que significa “valente”, mas que ganhou conotação dramática em boa parte do mundo, desde que passou a traduzir a ação nefasta, violenta e repetida, exaustivamente, de uma ou mais pessoas contra outras, fundamentalmente, motivada por preconceito e intolerância. Os reflexos desse terror, muito utilizado em escolas, são de conhecimento público. Na América e na Europa foram vários os casos em que as vítimas revidaram de forma trágica, matando e ferindo professores, jovens e crianças ainda. O caso mais contundente foi o de Columbine, nos Estados Unidos.
Recentemente, o Brasil foi surpreendido pela tragédia da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro. Armado com dois revólveres, um ex-aluno, atirou e matou 12 adolescentes e feriu outros 12. Entre os argumentos confusos que utilizou para tentar justificar a chacina, alegou ter sido vitima de bullying por conta de seu temperamento introspectivo e arredio. Foi a dramática estréia dessa pratica criminosa no nosso País.
É bem verdade que a reação calculada de um psicopata ou de alguém com irrefreável desejo de vingança, dificilmente, pode ser previsto pelas autoridades e sua ação contida a tempo, mas a prática do bullying já não é novidade e suas conseqüências são fartamente conhecidas. O cenário desse tipo de crime é, na maioria das vezes, a escola de nossos filhos. É lá, naquele ambiente, que por natureza deveria ser a extensão de nossa casa, que as crianças estão sob risco de vida. Que pai poderia imaginar que seu filho, naquela manhã, deixaria sua casa para ir a Escola Tasso da Silveira e não mais retornaria? Nenhum.
Então, todos sabemos onde temos que agir. Não adianta, diante de traumas tão gigantescos e dolorosos tentar arrumar trancas para portas arrombadas. O problema é, essencialmente, de natureza cultural. Todas as Escolas onde aconteceram barbaridades como a da Escola Tasso da Silveira, estavam monitoradas por câmeras e isso não foi suficiente para evitar o massacre. É claro, segurança física é fundamental, mas para tratar do caso na sua origem, a conscientização assistida é a única solução capaz de evitar novas mortes. É desconstruir a intolerância, raiz de tantos males.
Por isso, apresento um projeto de lei, na Câmara, instituindo uma política educacional específica, capaz de diagnosticar o problema, através de uma equipe pedagógica, no universo dos estudantes e encaminhar as soluções, contando para tal, com a indispensável participação das famílias dos alunos. O desafio é nosso.
Ilsan Viana - Vereadora
Artigo publicado no Jornal Folha da Manhã neste sábado dia 30/04
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