18/09/2011

Arrogância rosa

Vetar projetos elaborados por vereadores da oposição, se negar a dar informações sobre temas polêmicos e fugir de debates sobre Saúde e Educação. Esta é a postura arrogante do governo municipal e seus aliados. Desde o início do meu mandato venho tentando, em vão, buscar uma explicação sobre o Programa Saúde da Família (PSF), realizado em 2008, homologado em 2010, na interinidade de Nelson Nahim, e que após a volta da prefeita, no final do ano passado, voltou a ser engavetado. Este governo municipal que prometeu mudança e emprego se acha no direito de não dar satisfações aos profissionais que fizeram o concurso, passaram e agora aguardam a boa vontade da prefeita. É bom lembrar que o concurso para acesso ao Programa Saúde de Família foi uma exigência legal, considerando que há uma enorme demanda no município de Campos, sobretudo nos bairros periféricos e, principalmente, um número considerável de idosos que já enfrentam problemas de locomoção para buscar socorro nas Unidades Básicas de Saúde. Inúmeras matérias jornalísticas da Inter TV e da Folha da Manhã já mostraram essa necessidade em vários bairros da cidade.
É bom frisar que, ao contrário do que tentam passar os defensores do governo municipal, minhas críticas não são raivosas e eleitoreiras. Cada reivindicação vem acompanhada de uma solução viável. No caso da Saúde, por exemplo, encaminhei um requerimento no Legislativo solicitando uma Audiência Pública. Convidaríamos todos os profissionais da área, indistintamente: médicos, enfermeiros, diretores das unidades hospitalares públicas, conveniadas e privadas e demais agentes de Saúde. Porém, o governo municipal solicitou que a sua bancada votasse contra. Depois disso, a Audiência Pública não foi realizada e os profissionais da área continuam sem o direito de opinar sobre os melhores caminhos para resolver uma série de problemas.
No caso do Cartão Cidadão, que contou com fraudes, sugeri um mecanismo eficaz de controle de passageiros. Cobrei mais transparência e os governistas sequer aprovaram um pedido de informação sobre quanto se gasta realmente para subsidiar as passagens.
Em momento algum tentei ir além da minha função de vereadora. Apenas solicitei que o governo municipal ouvisse as partes interessadas e fosse mais transparente. Mas engana-se quem pensa que essa postura da Prefeitura de Campos vai calar a voz de quem deseja ver uma cidade moderna e independente. A cada dia estou mais determinada e ciente de que os verdadeiros campistas estão unidos contra essa arrogância rosa. 
  
Artigo publicado no sábado (17) pela Folha da Manhã 

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