10/04/2012

Pão e Circo ou Saúde? 

 
O município de Campos tem atualmente um dos maiores Orçamentos do Brasil. Ao todo, durante este mandato, a atual prefeita terá a sua disposição cerca de R$ 8 bilhões. Com todo o Orçamento que já entrou (2009, 2010 e 2011) e com o atual (2012), o que temos em Campos como exemplo de investimento? O Cepop, que custou — com os aditivos — mais de R$ 80 milhões? O software da  Saúde alugado por R$ 15 milhões? Os jardins de mais de R$ 10 milhões? Ou a Nova Beira Valão, que custou cerca de R$ 20 milhões? Infelizmente, os bilhões que entraram não transformaram a nossa cidade em exemplo de recursos  bem investidos. Com os valores citados acima, o governo do Espírito Santo está construindo um imenso Hospital Infantil em Vitória. A unidade terá 180 leitos (30 para Terapia Intensiva, 30 para semi intensiva, 10 para o Centro de Tratamento de Queimados, uma sala exclusiva para centro cirúrgico e 110 leitos para internação geral). Os Ambulatórios vão contar com 20 leitos para pacientes com câncer e doenças relacionadas ao sangue, 9 leitos para pacientes com asma, fibrose cística e osteogênese imperfeita e mais 12 leitos para doenças infectocontagiosas e HIV.  Além disso, no Pronto-Socorro, serão mais 10 leitos de observação vermelha, 20 leitos de observação amarela e 6 leitos para aplicação de medicamentos.
Na cidade Santo André, em São Paulo, uma obra menor, que custou R$ 22 milhões, resultou no Hospital da Mulher, que conta com partos e cuidados com mãe e bebê, consultas e tratamentos, como miomas, endometrioses, cistos no ovário e prolapso uterino e doenças relacionadas à mama. Além disso, no Hospital, são retirados também nódulos benignos Há planejamento familiar, laqueadura e vasectomia. Mulheres vítimas de violência sexual recebem cuidados, medicação e procedimentos cirúrgicos e, por fim, ainda há atendimento aos recém-nascidos prematuros. 
Já em Uberlândia, um Hospital Maternidade custou R$ 70 milhões e contou com uma parceria entre Estado e município, algo que não acontece em Campos porque a prefeita não sabe governar em parceria. No Hospital de Uberlândia são 258 leitos, sendo 40 para UTI adulto, 10 de UTI neonatal, 16 de cuidados intermediários, 51 de maternidade, 45 de pediatria e 96 de internação.
Quero deixar claro que não sou contra os shows e a construção de um Centro para eventos de grande porte. No entanto, uma cidade que deixa faltar remédios, fraldas e tem déficit de leitos, precisa antes de mais nada investir com competência na área da Saúde. E nem adianta escolher bons nomes para as pastas. É preciso dar autonomia aos gestores. Campos não pode ficar esperando que um líder político centralize todas as ações governamentais. Precisamos estar acima disso.
Temos hoje em nossa cidade o maior palco da América Latina e notas baixíssimas nas áreas da Saúde e Educação. Isso nos remete ao Império Romano. Em Roma os imperadores promoviam os espetáculos como um meio de manter os plebeus afastados da política e das questões sociais. Era uma maneira de manipular a plebe e mantê-la distante das decisões governamentais.

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